sexta-feira, 5 de julho de 2013

Se é que se explica...

Palavras entre nós era forma de pleonasmo. Não precisavam ser ditas, nos comunicávamos parados, inertes, apenas com o respirar e o piscar. Eu entendia tudo, você entendia tudo. Isso bastava. O seu modo de piscar, eram sorrisos, lágrimas sem escorrer, dúvidas que minavam, encanto que ensaiava. A sua respiração me mostrava o que você queria. Hora cansado, hora perplexo, hora tomado. Quando juntos, tínhamos grande conversa. Ao externo devia parecer coisa de gente doida, sem sentido, sem comunicação. Entre nós era primavera, flores, pássaros, cantos e compartilhávamos dos mesmos estados, os melhores; contaminados um pelo o outro. Mãos suavam, corações aceleravam, vontades se entrelaçavam. Denomino isso como amor: entender, viver, compartilhar e entregar sem dizer o por que, só ser...