quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Lá vai


Lá vai o meu amor, dentro do barquinho. Os ventos estão de mal comigo e sopram para o meu lado oposto só de pirraça. Ora, o que te fiz eu, vento? Para ser tão impetuoso e desordeiro dessa forma. Quando aparece, te louvo e agradeço por ter vindo. Sabes bem o quanto te quero com carinho e você me prega uma peça dessa? 
Tenha piedade de mim. Não me contento com um coração que apenas bate; preciso dele pulsante, acelerado! Preciso da paixão ativa, o sangue correndo com força nas veias capaz de fazê-las arder.
Se está mesmo decidido a leva-lo para o outro lado, tudo bem. Sei que meu anzol não é palho para sua força. Te deixo então meu pedido de coração: vá devagar. Daí, você cuida bem do meu amor? Pois eu não sei se o barquinho é de papel.


sábado, 12 de outubro de 2013

  Aquela sensação de: "não sei o que dizer, o que pensar, o que fazer, como me aproximar". Tenho a impressão de que há uma sina que interrompe quando o amor quer florescer. Ele chega a aparecer, quando começa a desabrochar, é atacado por flechas a fim de feri-lo, freia-lo; limitá-lo.
  O meu amor não é do tipo que se freia. Minha paixão não se torna limão pelo fato de adubo ser algo desprezível ao homem. A minha paixão é cereja, doce, vermelha, brilhosa, saborosa, instigante... Você pode jogar o adubo que for, o que lhe for mais conveniente e inconveniente à mim, ela sempre florescerá. Se as flechas aparecem, a doce arma escudos que irradiam, não somente se defende como as contaminam e as pontudas amolecem. Chegam perto borbulhando coraçõezinhos e caem ao chão como plumas, leves.
  Posso não ter o que desejo e saber disso, mas a minha paixão ama ser ativa. Quase uma parte a parte de mim.