Incapaz de medir minha profundidade que se pinta de superficial a todo espaço e tempo, se fazendo presente sem demasiada alegoria e sendo atriz, convencendo a todos, menos à sua própria santa pessoa. Tão profunda em ressonantes ecos ouvidos deste ponto de gritos, poço infindável. Sem conseguir definir cor ou temperatura, porque nunca tive a necessária coragem para visitar lá, com medo de não conseguir voltar.
Estava convicta de ter chegado até o fundo, mas depois notei que meus pés não tocavam uma superfície sólida e só aí me dei conta de que estava levitando; mau sinal. Um dia ainda chego a colocar meus pés no chão de minha profundidade. Por enquanto, fico eu aqui, sem flutuar, do lado de fora, investigativa - "Tem alguém aí... aí... i...?" a esperar alguém me responder e me convidar para descer. Serei eu?