Engendrar, segundo o dicionário: Fazer existir; gerar; Criar de maneira imaginativa; inventar; Ocasionar o aparecimento de alguma coisa (sem origem aparente); criar ou criar-se. Engendrar é uma boa expressão linguística pra eu dizer o que quero dizer, dizendo de modo criativo, sintético, elegante, dito o ditado, engendrando palavras, definindo meios sem fins. O universo te engendrou em mim e pra mim. Dessa vez não fui eu, juro! Sou inocente e a inocência descabida desse aborto apaixonado, visceral, carnal, visual, espiritual, de outras galáxias me deixa assim: bem aqui paradinha. Meu pensamento não consegue acompanhar meu raciocínio e vice-versa, estão conflituosos se debatendo, desregulados. O tico e o teco não dançam a mesma coreografia. Enquanto um dança a valsa dos sete ventos, o outro bate cabeça com "fear of the dark". A partir de tal denúncia trazida com ventos chuvosos da noite brasiliense, resolvi que não vou me importar nem me arrepender. Deixa o pensamento, coração, raciocínio, tico-teco ou qualquer lógica cabível dançar o que quiserem e serem livres, livres de mim e de minhas rédias que apertam, às vezes machucando. Deixa a liberdade soprar. Provavelmente amanhã fará calor durante o dia, precisarei dela. O desconforto já não é mais; o caos me é orgânico; o fogo me mantém de olhos vibrantes, de peito explosivo e "sensíveis". A coragem me embebeda, sinto-me embriagada com os passos certinhos, mesmo quando trocados ou tortos - para mim são tão certos! Você é o meu café do período colonial. A leveza do encontro das almas me resgatou de lixos pútridos e trouxe aroma de qualquer coisa boa. Não sei distinguir, mas é bom e então a bondade do seu ser em mim me descobre um novo eu. Eu assim! Um evento tão significante como o descobrimento de ouro em Minas Gerais, fonte de riqueza imperecível, passível de eternidade. A eternidade dura o tempo que for necessária, o tempo que tiver tempo em nós. Hoje é eterno. É terno.