domingo, 26 de abril de 2015

Dos meus olhos

A menina dos meus olhos me intrigou desde a primeira respiração compartilhada de ambiente amplo. Me atingiu como água faz arte em tinta aquarela; me escorreu; me escoou. Veio como um soco que sopra uma pancada doce. A menina tem os olhos mais lindos de se ver por de trás da cabeleira que apruma seu mistério que me intriga. Os meus olhos só são olhos porque viram os olhos dela; constatei o que são olhos à sua existência perfumada que acalantou o meu peito e levou consigo a minha voz. Minha voz só é escrita, por isso escrevo. És tão intrigante que me deixa num impasse tremendo do que fazer, do que mostrar, do que ser, do que sou, o que querer. Quanto tempo já passou? Quando é que vai embora? Você vai embora? Intrigante... Não me diz nada e se instalou que eu nem vi. Pulou meu muro, sentou-se no sofá, pegou minhas pipocas e me sorri. Um abalo inexplicável; é sensitivo. Meu sensorial se justifica depois que te vi e quis saber onde você estava todo esse tempo que não debaixo do mesmo teto que o eu. Agora que te vi umas poucas vezes na vida, o seu teto sou eu. Eu te vi, você não. Você não viu que eu te vi e nem me viu, mas eu vi que você não me viu e te vi mesmo assim. Permaneço te vendo. Meu intelecto quer respostas lógicas; meu sensorial só é capaz de responder fazendo. Independente, sou seu teto porque moras aqui. Se eu a vi, és minha.

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