Estava eu com os olhos voltados para fora, para a paisagem, para o que passava; mas estava a olhar para dentro todo o tempo. Meus olhos se estenderam às mãos, ao tronco, até aos cabelos que eram agitados pelo sopro vindo da janela, ou seria esse sopro de mim também? Além de alforria, é uma paz que me rege quando te tenho perto. É o escândalo mais sereno que já conheci, como ondas magnéticas desenhadas, cheia de cores vibrantes que escorrem doce. Docemente existentes são os teus olhos que são meus toda vez que os vejo. São de uma candura... Mora em ti um coração além de humano, além de humano. Te enxergo como a bondade personificada só por respirar. Gosto da sua paz, do que te interessa, da sua calma, da sua lerdeza, dos sonhos que são cantados pela sua voz - gosto dela também. Te ver sonhar e caminhar para lá é um dos meus maiores prazeres hoje. Desligo a TV, dou descarga no celular, dou folga às unhas roídas só pra te olhar, te assistir. Nada é tão espetacular quanto você. O espetáculo mais generoso e gentil. Ainda falando de olhos, o espaço que tem para os meus aqui é de admiração: espectadores apaixonados. A gente se toca ao olharmo-nos. Quero cruzar seu caminho por toda a minha existência. Você me faz ser bem. Vestido com a capacidade de me atravessar e deixar a minha terra que é rocha, aerada, porosa e mais leve. Você me faz bem, coração.
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